sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

A COLCHA E O TEAR



Por você  tecida, mãe, aquela colcha de fios de algodão.
Trabalhada por tuas mãos fecundas e férteis;
Que cardava,
Urdia,
Tingia,
Costurava!

Manobrava os fios com tanta maestria
As tramas ia conduzindo, as braçadeiras escorregavam e a colcha ia formando...
Colorindo seu mundo de azul anil.

Tecia...sonhava...
As vezes sorria, as vezes entristecia.
Murmurava palavras ao vento ...
Fazia juras de amor.

Seu canto murmurava ao bailado das braçadeiras...
Seu pensamento vagava por entre estrelas...

E no enlevo daquela dança eu me embriagava
Suspirava... enrolada nos fios coloridos
Acordava!

Hoje amarelada pelo tempo, ela ainda esta guardada!
Bem guardada!!!
Entrelaçada em meus sonhos
E eternamente bordada no meu coração,


* Nair Nunes















































































































Tecia


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